“Não Te Esqueças de Mim”, de Mhairi McFarlane

 “Não Te Esqueças de Mim”, de Mhairi McFarlane é um romance, com uma história cheia de emoção e reviravoltas surpreendentes, que nos mostra que nunca é tarde para mudar de vida e para recuperar um amor que se julgava perdido.

Nesta narrativa contemporânea, conhecemos a Georgina, que aos trinta anos, no mesmo dia, perde o emprego no restaurante em que trabalhava, devido a um conflito com o chefe e dono do restaurante, comprovando a sua ética profissional e franqueza e, logo a seguir, surpreende o namorado na cama com a sua assistente.

Estes acontecimentos desencadeiam uma transformação na sua vida, sobretudo, quando encontra um novo emprego, onde um dos sócios-gerentes, o Lucas, é um ex. namorado dos tempos de liceu, pelo qual Georgina tinha uma verdadeira paixão. Reencontrar o Lucas traz-lhe boas memórias dos momentos que partilharam, mas também um segredo sombrio, que só ela sabe, e que a acompanha e afeta a sua vida há 12 anos.

À medida que vamos conhecendo Georgina através das suas reflexões, das suas escolhas, do modo como a sua família a retrata, e da forma come reage ao rever o Lucas, que finge não a reconhecer, vamos compreendendo que algo de passou no final de ensino secundário que viria a tornar Georgina, numa mulher resignada e sem capacidade para prosseguir os seus estudos e seguir a vida que almejava.

No entanto, no meio de algumas reviravoltas, que não irei desvendar aqui, Georgina consegue reconstituir, ou interpretar de uma forma mais lúcida, os factos do passado, verbalizando o que lhe aconteceu.

Quando, finalmente, Georgina consegue partilhar, com a sua família, os seus amigos e o amor da sua vida, o que vivenciou naquele fatídico último e pior dia de escola, Georgina reconcilia-se com o seu passado, e muda o rumo da sua vida. O mal-entendido que separou os dois jovens estudantes apaixonados desvanece-se, tornando possível um novo recomeço para ambos.

Apesar de não ser difícil prever como tudo termina nesta história sem grandes impasses, não deixa de ser uma história bem conduzida e agradável de ler.

"Os Esquecidos de Domingo" de Valérie Perrin

Os Esquecidos de Domingo, de Valérie Perrin, é um livro curto, mas intenso.

Justine tem 22 anos e vive com os avós e o seu primo Jules, desde a morte dos pais de ambos num acidente de viação. Trabalha nas Hortênsias, um lar de idosos na pequena aldeia onde vive, e adora conversar com os residentes. Cria um forte laço de amizade com Hélène, uma idosa que lhe vai desvendando a sua história de vida, cujo maior sonho era aprender a ler.

À medida que as suas conversas se intensificam, Justine vai escrevendo a história de Hélène num caderno azul e vai revisitando a sua própria história de vida, questionando a morte dos pais. Assim, entrelaçam-se antigas e novas memórias, de duas vidas - a de Hélène e a de Justine, numa altura em que estranhos telefonemas provocam mudanças no lar.

Valérie Pérrin retrata dinâmicas familiares e aborda temas delicados, com sensibilidade, evidenciando a melancolia da vida de uma jovem, com uma carinhosa subtileza.

“Quem sai aos seus” de Liane Moriarty

Acabei de ler “Quem sai aos seus” de Liane Moriarty, uma escritora australiana e fiquei desejosa de ler mais títulos desta autora.

É a história de uma família de tenistas que, à primeira vista, parece perfeita. O casal Joy e Stan pensam viver uma reforma tranquila e feliz, depois de venderem a sua escola de ténis. Os seus quatro filhos, adultos e independentes, outrora prometedores tenistas, tem agora outras vidas e profissões.

É com o aparecimento de Savannah, uma personagem misteriosa e intrigante, que bate à porta de Joy e Stan a pedir auxílio, numa noite tranquila, e que se instala em casa deste casal, que começamos a perceber algumas disfunções, ressentimentos e segredos desta família.

Com o desaparecimento de Joy, inicia-se numa descrição de factos presentes, resultado da investigação da polícia judiciária, que vão sendo esclarecidos e complementados com um retorno ao passado. Assim, a história se vai construindo a ganhando sentido. No entanto, o mistério é mantido ao longo do tempo, fazendo-nos querer continuar a ler sem parar, a fim de compreender realmente o que se passou.

A narrativa vais-nos revelando toda a dimensão humana das personagens ao mesmo tempo que vai desvendando a identidade e a tortuosa infância de Savannah, terminando de uma forma surpreendente e inesperada.

Gostei da escrita de Liane Moriaty, da densidade das personagens e da forma como expõe a complexidade das relações humanas.

"O Assassino do Zodíaco" de Sam Wilson

Numa sociedade dividida pelos signos do Zodíaco, em que as desigualdades por via das circunstâncias da data e hora de nascimento se perpetuam pela vida fora, começa a ocorrer uma série assassinatos muitos violentos em que as vítimas parecem não ter nada em comum. 

No entanto, com o tempo, vamos descobrindo que nada há de aleatório nestes homicídios em série que, a dada altura, se confundem com uma rebelião contra um sistema corrupto e violento regido pelos signos do Zodíaco. 

A investigação destes crimes está a cargo de Jerome Burton, a quem se junta Lindi Childs, astróloga forense especializa em perfis criminais. Juntos, eles irão desvendar uma história avassaladora, que contribui para a desconstrução e alteração da visão do mundo em que vivem.

"Amanhã você vai entender” de Rebecca Stread

O livro “Amanhã você vai entender”, de Rebecca Stead, recebeu a Medalha Newbery, prémio da American Library Association destinado às mais importantes contribuições norte-americanas para a literatura juvenil.

A História passa-se na década de 1970, em Nova York. A protagonista, Miranda Sinclair, é uma jovem que precisa decifrar o enigma dos bilhetes misteriosos que recebe de um alguém que parece conhecer o futuro e que a alerta para a morte de uma pessoa que lhe é próxima e que ela pode ajudar a salvar.

Tudo começa quando o seu melhor amigo é agredido na rua. Depois, pouco a pouco, vão encaixando as peças do quebra-cabeça e, finalmente, percebe que a resposta sempre esteve ali, bem à sua frente.

Às vezes, é preciso guardar hoje momentos que só amanhã você vai entender…

AFilha da Florestade Juliet Marillier

Inserido na literatura fantástica “A Filha da Floresta” de Juliet Marillier, é um livro que faz parte de uma trilogia que retrata tempos passados da velha Irlanda, com todos os mitos e crenças do povo celta.

O domínio Sevenwaters é um lugar distante e estranho onde os territórios são guardados por homens armados, sempre em alerta, e onde as florestas escondem Criaturas Encantadas que traçam desígnios e manipulam destinos.

Este livro retrata a história de Sorcha, a sétima filha de um sétimo filho, e dos seus seis irmãos. Filha do senhor de Sevenwaters, o maior perigo que esta benéfica curandeira enfrenta é de uma feiticeira chamada Lady Oonagh que, depois de casar com o seu pai, lança um poderoso feitiço sobre os seus irmãos.

Só Sorcha poderá conseguir quebrar esse feitiço. No entanto, a tarefa para libertar os seus irmãos será bem pesada e penosa. Raptada por salteadores, inimigos Bretões, estando ainda a meio da sua tarefa, Sorcha estará dividia entre o dever de salvar os irmãos e um amor proibido, pelo senhor da guerra que a capturou.

Uma linda História que vos irá prender do princípio ao fim!

"Insetos em Missão Ambiental” de Marília Ascenso

"Insetos em Missão Ambiental” traz-nos de volta um tema da maior relevância na sociedade atual, o da preservação do meio ambiente. Esta belíssima narrativa dá continuidade às aventuras dos “Insetos em Missão especial” que, em 2007, deliciou pequenos e graúdos.
Em viagem para novas aventuras, três insetos que vêm de “uma pequena e pacata aldeia” onde fora resolvida o problema do fumo de uma fábrica que ofuscava a sua incomensurável beleza, e depois de atravessarem montes e vales de maravilhosas paisagens, deparam-se com uma “aldeia estranha”, onde “o dia é cinzento e a noite tenebrosa”… a aldeia fumegante!
Os corajosos insetos: a Cigarra, cantadeira e sonhadora, o Gafanhoto determinado, ambicioso e campeão desportista e a sensível Pulga saltitante juntaram-se à Formiga, ao Louva-a-Deus, ao Pirilampo e até ao Caracol para formar uma coesa equipa que, mais uma vez, irá vencer a poluição, desta vez provocada pelo automóveis que se deslocam pela ruas em corridas loucas, deixando atrás de si uma imensa fumaraça!...

Esta reiterada denúncia da nefasta intervenção humana sobre a natureza demonstra bem a sensibilidade de Marília Ascenso pela preservação do meio ambiente e o seu imenso amor à natureza. Esta obra manifesta, por um lado, a sua veia poética, através da simplicidade da linguagem e da beleza das palavras cuidadosamente escolhidas e, por outro lado, a sua identidade de pintora, através das suas belíssimas ilustrações, autênticos quadros pintados à mão.

Obrigada, Marília Ascenso, por mais esta magnifica história que nos ensina a viver em harmonia com a natureza!